“Tu me seduziste, Senhor e eu me deixei seduzi.
Foste mais forte do que eu e venceste.”
Jeremias 20,7
Confira o testemunho
Eu me chamo Daniela da Conceição de Santana, tenho 28 anos, nasci no dia 02 de julho, em Cruz das Almas, porém, minha comunidade de origem é Aporá, zona rural de Cabaceiras do Paraguaçu. Meus pais se chamam Maria Clara dos Santos da Conceição de Santana e Domingo Pascoal de Santana. Sou a primeira filha dos meus pais, tive dois irmãos (in memoriam). Filha de simples lavradores, com poucos estudos, aprendi desde cedo a trabalhar na lavoura. Pela manhã estudava e a tarde ajudava-os. Conclui todos os meus estudos em colégio público, após concluídos continuei a morar com eles e continuava ajudando-os nos trabalhos da lavoura.
Meus pais são católicos e sempre me ensinaram a ter fé em Deus e na Virgem Maria. Eles me motivavam a participar da Santa Missa e dos encontros católicos, porém, os mesmos não frequentavam. Com este incentivo iniciei minha caminhada cristã, fiz primeira comunhão, Crisma e comecei a frequentar o grupo de jovens. Com passar do tempo recebi o convite para ser catequista na minha comunidade de origem, Santa Dulce dos Pobres, acetei o convite com muita alegria, mesmo com medo, pois era muito tímida. Gostava de passar a tarde com as crianças da catequese, semeando nos seus corações a Palavra de Deus e o desejo de receber Cristo Eucarístico. Sendo catequista aprendi a ter intimidade com a Palavra de Deus, e com a vida de oração. Sentia dentro mim uma sede de Deus, e mesmo sendo catequista e participando do grupo de jovens este vazio continuava.
Me apaixonei por um rapaz, depois de algum tempo ficamos noivos, entretanto, o noivado não caminhou e resolvi terminar. No ano de 2015 ao participar do Reviver com Cristo, organizado pela comunidade católica Anawin, conheci uma religiosa enviada por Deus, e nos poucos minutos que conversarmos ela disse-me algo que marcou: “VOCÊ TEM UM ROSTO VOCACIONAL”! Respondi-lhe que minha vocação era o matrimônio, ela simplesmente deu um sorriso e saiu.
Queria casar, construir família e ter filhos, mas passando alguns meses tive meu encontro pessoal com Jesus, era momento de adoração, no qual o Senhor me falou muito forte: “Só quero de você uma coisa, que se lance nos meus braços e não tenha medo, se lance como criança nos braços do pai, com toda confiava”, e assim o fiz, me lancei. Algo em mim tinha mudado, mas não sabia o que.
Indo ao novenário de São Joao Batista, em minha paróquia de origem, conheci o promotor vocacional, Padre Dvanildo Ribeiro, que me convidou para participar do encontro do Serviço de Animação Vocacional (SAV). Participando deste encontro as dúvidas só aumentaram, então o meu pároco, Padre Jurandir da Paz, me convidou para fazer um caminho de discernimento com as Irmãs Missionária Médicas de Maria. Acetei fazer o acompanhamento, porém, com o passar do tempo percebi que ali não era o meu lugar. Mas onde Deus estava me chamando? Ás dúvidas permaneciam e os medos também.
Nas minhas orações pedia sinais ao Senhor e Ele me respondia, mas as dúvidas, medos, inquietações continuava, e a pergunta que não se calava, onde tu me chamas Senhor? Comecei a participar da Santa Missa na cidade de Cruz das Almas, e ao término da Missa procurei o sacerdote que presidia a celebração, Padre Genivaldo Cunha, partilhei com ele minhas dúvidas e questionamentos acerca da minha vocação, do fato de ser filha única e da preocupação de quem cuidaria dos meus pais na velhice e na doença. “O Senhor irá providenciar tudo, confia em Deus, Daniela, e tenha coragem”, respondeu-me o sacerdote. Depois de algumas direções espirituais tomei coragem e ingressei no convento das Irmãs Franciscanas Imaculatinas.
Meu diretor espiritual ficou muito feliz pela minha decisão. Comuniquei aos meus pais e os mesmos acolheram. Hoje sou noviça das Irmãs Franciscanas Imaculatinas, sou muito feliz, mesmo com as dificuldades, cruzes e espinhos, pois a graça do Bom Deus superar tudo.
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